Por vezes, a arte revela visões antecipadoras de um Futuro que se concretiza. Foi assim com Júlio Verne, e é assim com Spielberg. No seu filme Minority Report, existia um mecanismo informático de antevisão do Crime.
Meus amigos, o Windows é tão avancado, tão avançado, mas tão avançado que até já tem um sistema de detecção de criminalidade informática como o do filme de Spielberg.
Pois é. Se clicares duas vezes em cima do ícone do Word e te aparecer uma mensagem deste género é porque o Windows detectou que tu ias escrever coisas que não devias - ah pois é, ah pois é! - como por exemplo ir fazer ou abrir um trabalho - esse crime.
Ou se fores ao Explorer e acontecer o mesmo só pode ser porque o Windows antecipou os teus movimentos criminais no mundo obscuro da net. Onde é que já se viu frequentar sites perigosos, obscenos e violentos como o Clix ou o site oficial da Operação Triunfo?
Se tentares ir ao Messenger e te aparecer a mesma mensagem é porque este software avançado - qual Maya - antevê que vais teclar sobre tráfico de armas, de droga, de órgãos, de como fabricar bombas caseiras ou então ter conversas de pendor sexual com crianças de 7 anos. Todo este processo de «adivinhação» é puramente científico. O software parte de complexas linhas de programação que averiguam por exemplo que Lua está em Capricórnio ou que um satélite qualquer de Saturno está alinhado com a Ursa Maior, o que quer dizer que o utilizador está prestes a cometer uma operação ilegal.
Pois é. Mas acontece que o Windows, também ele tem problemas. Não podia ser perfeito, não é? É que quando o sistema operativo arranca, isso constitui para o computador o acto de executar um programa. Ao se executar a si próprio, auto-realiza um exame de legalidade, tal como faz aos textos do Word, aos sites do Explorer, ou a outras tarefas que o sistema operativo detecta que irão acontecer. Por vezes - qual crise de consciência - os resultados dessa introspecção do Windows são surpreendentes.
Dá-se a chamada «crise de valores do Windows»:«Serei legal ou não?»
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