Estupidologia s. f. - Ciência que estuda a auto-repressão voluntaria da razão e dos sentimentos; interesse pragmatico-investigativo pelos non-sense da vida em colectividade; teoria matemática que defende existir uma relação de proporção directa entre a sensação de felicidade e a acção de mecanismos primários do homem; designação do maior, mais antigo e poderoso lobbie do mundo; empresa familiar de farturas; nome de um blog

quinta-feira

Informações avulsas que o mundo agradece

Há dois tipos de pessoas no mundo. As pessoas que vão ao messenger e as pessoas que não vão ao messenger.

Dentro das que não vão, há dois tipos de pessoas. As que usam o nome como nick e as que não usam o nome como nick.

Dentro das que não usam o nome como nick, há dois tipos de pessoas. As que criam um nome fictício que usam sempre e as que divulgam ao mundo aspectos da esfera pessoal.

Dentro das pessoas que divulgam ao mundo aspectos da esfera pessoal, há dois tipos de pessoa.As que enunciam a efectivação operacional de coisas e as que anunciam que se sente coisas.

Dentro das que enunciam que se sente coisas, há dois tipos de pessoa. As que adoram coisas e as que detestam coisas.

Dentro das que odeiam coisas, há dois tipos de pessoas. As que odeiam circunstâncias que lhes causam transtorno e as que odeiam itens de cariz orgânico.

É neste âmago que surgem os mais incontornáveis nicks da História.

Preconceitos filosóficos

"Diga não à depressão". Eis o título da mais recente revista comercial d'O Celeiro.

Trata-se de uma capa cujas ondas de choque poderão criar fissuras profundas na cultura dominante. Isto porque há pessoas que dizem "é capaz" à depressão. Ai é? A revista vem partir a loiça toda e defender que se diga "não".

Soa-me a ruptura conceptual...

quarta-feira

Momento techno

Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again. Tum-ts. Tum-ts. Do it again.

Como fazer uma notícia sobre declarações polémicas


Passou-se isto assim e assim
“E isto e aquilo”
Foi de forma assim e assado que Fulano de Tal se referiu ao assunto x.

Fulano de Tal voltou a referir-se em tal dia, em tal sítio ao assunto x. “E isto e aquilo”, afirmou de modo coiso.
Depois de confrontado pelos jornalistas à saída do evento y com o teor das declarações do Fulano de Tal, Beltrano, do organismo x, reagiu com indignação. “’E isto e aquilo’, o caraças”, afirmou.
Cicrano, assessor de Beltrano, acrescentaria x horas depois, em comunicado: “ ‘E isto e aquilo o caraças’ na medida em que não sei quê e não sei que mais”.
O comentador Coiso, no programa x do canal tal, procurou encontrar possíveis explicações para as declarações de Fulano de Tal: “ou a afirmação foi feita por causa de coisas, ou por causa de cenas, ou por causa de situações”, anuiu e acrescentou: "É preciso ver".
As declarações de Fulano de Tal surgem numa altura em que faz x dias que ocorreu o episódio tal.

terça-feira

As composições escolares da Mia

A vaca

"A vaca dá leite.
Eu gosto de leite.
A vaca tem manchas e é bonita.
A vaca faz muuu.
Eu gosto muito da vaca."

Mia

quarta-feira

Bo manera


Curtir? Desbundar? Não. Quando saio à noite, procuro sempre por sítios onde se grife bastante. “Olhe, desculpe, o que é que se faz aqui?”, pergunto sempre aos porteiros das escutecas. E eles respondem: “aqui curte-se”. É óbvio que não entro. “E aqui nesta?”, pergunto a outros. “Desbunda-se”. Também não merecem a minha atenção.

Mas locais há em que me dizem: “aqui grifa-se”. É nesses momentos que me pronuncio com a autoridade, a peremptoriedade e os ares de enfado de quem é 'connaisseur': “ah, bom: estava a ver que não”.

São momentos ‘gourmet’ na 'movida' lisboeta.

segunda-feira

No limiar da perfeição


Verão.
Madrugada.
Silêncio.

A brisa morna sussurrava ao descampado uma batida longínqua tipo Papi Chulo.

Foi então que parei, fitei os céus e pensei para comigo mesmo: obrigado, Senhor, pela grande dádiva que é a vida.

sexta-feira

Flexibilidade, esse benefício



Fertagus: "Descomplicamos a sua vida"


Depois da extraordinária implementação do Lisboa Viva na Fertagus, não há dia em que não me recline no sofá, ponha as mãos atrás da nuca e esboce um sorrir confiante, como quem pensa "ahhh!, a Fertagus descomplica a valer a minha vida". Obrigado Fertagus.

- Obrigado por não me deixarem alterar o tipo de passe combinado nos últimos dias do meu passe, sem perder o carregamento actual. Assim sim, beneficio de flexibilidade.

Útil. Isto sim é descomplicar.

- Obrigado por me tornarem refém da renovação automática após os 30 dias. Se desejar que os meus 30 dias comecem a cada mês quando me for conveniente, não o posso fazer.

Pertinente. Isto sim é descomplicar.

- Obrigado por disponibilizarem funcionários esclarecedores, sempre com aquele sorriso anúncio de hipermercado. Transparentes. Honestos. Francos. "Posso comprar cada 30 dias a começar nas datas que eu quiser?". Resposta: "Sim". Em vez do "sim, no primeiro carregamento, sim, há essa flexibilidade. Depois - meu caro...".

Conveniente. Isto sim é descomplicar.

- Obrigado por desevoluirem. Antigamente, havia máquinas rápidas e fiáveis que permitiam fugir às filas. Agora, não há máquinas nem para fugir às filas nem para evitar ter que ir mais cedo à estação para adquirir novo carregamento. Agora, ou vamos para a fila no próprio dia, ou vamos para a bicha no próprio dia.

Confortável. Isto sim é descomplicar.

- Obrigado por me obrigarem a ter a carteira cheia de lixo. Deixei de ter senha mas passei a ter uma papeleta que comprova comprovativamente a comprovação comprovada de que o meu Lisboa Vida está correctamente carregado.

Prático. Isto sim, é descomplicar.


Ele não há dia em que não pense: "raios, ainda bem que beneficio beneficamente deste universo Fertagus, feito de tantos e tão benéficos benefícios".

quinta-feira

"Na Estónia não"

Estou em crer que o Eusébio é contra a droga em geral. No entanto, no site d'A Bola, apareceu uma notícia com este título: "Eusébio diz não à droga na Estónia".

Noutros países? Tudo bem, droga. Mas na Estónia, não se deve.

Por isso, por favor, quando se drogarem tenham ao menos a hombridade de se faz favor não ir para a Estónia estorvar...

quarta-feira

O corpo precisa de líquidos, logo, o corpo precisa de?

Refrigerante.

Como pessoa culta que sou, leio sempre a Certa. E porquê? A Vips não leio porque não gosto de coisas vips. A Lux não leio porque não gosto de coisas luxuosas. Mas a Certa já leio porque gosto de coisas certas.

Para além do rigor científico da revista, gosto dela porque tem o poder de me sensibilizar para coisas. Sensibiliza-me para os benefícios do duche - afinal é importante lavarmo-nos. Sensibiliza-me para como manter as praias limpas - sublinhado para o truque "não deitar lixo para o chão". E sensibiliza-me para a importância dos refrigerantes.

Guarda-sol? Importante. Protector solar? Importante. Reciclar? Importante. Cremes pré-pré-pós-pré-pós banho? Importante. Refrigerantes? É adivinhar.

Diz o espectacular artigo "Venha refrescar-se!" que, "gaseificados ou não, os refrigerantes contribuem para o bem-estar do organismo".

Tomados de assalto pela curiosidade, lemos o texto com a avidez intelectual de quem persegue uma explicação, que é brilhante.

"Os refrigerantes contribuem para o bem-estar do organismo, uma vez que satisfazem a necessidade diária de líquidos no corpo".

Daqui tirei uma conclusão. Tudo quanto satisfaça a necessidade diária de líquidos no corpo contribui para o bem-estar do nosso organismo. É uma regra. É uma lei. É um teorema. Vem na Certa.

Há uma necessidade diária que nós temos e os refrigerantes existem para nos ajudar - obrigado, refrigerantes. Isto foi como que se uma luz celestial se tivesse abatido sobre mim. Foi como se tivesse ouvido uma voz dos altos céus ecoando em tom pedagógico: "Vês?".

No fundo do interior das profundezas lá-onde-habita-o-meu-ser, sabia que o refrigerante tinha que fazer bem a alguma coisa. E isso fez-me evoluir e tomar consciência de coisas: entre o "eu" pré-leitura e o "eu" pós-leitura, há uma diferença significativa. Agora - agora sim! - sou uma pessoa mais sábia, uma pessoa mais instruída, uma pessoa, seguramente, mais sensibilizada para a necessidade de tomarmos refrigerantes porque contribuem para coisas, coisas essas, por sinal, do âmbito do muita bom para a saúdinha.

O texto pode ter - tudo bem - muitos méritos. Mas não queria deixar de passar em branco a relevância de algumas questões metafísicas, encerradas na seguinte frase:

"os refrigerantes são a bebida ideal para - como o nome indica - refrescar".

A expressão "como o nome indica" faz pensar. Se os refrigerantes refrescam, os refrescos fazem o quê? Então o nome não indica? E qual é o sentido da vida do refresco? Que lugar no mundo? Que papel? E isto depois vai por aí fora: e o refrigerante? Não refrigera? E se refrigera, como fica o ar condicionado no meio disto tudo?

E todo um caminho por desbravar no domínio do aparvalhamento.

terça-feira

A importância de chamar amor ao nosso amor

É importante chamar sempre amor ao nosso amor. Tudo para que o nosso amor saiba que há ali um nutrir. Chamas amor? És uma pessoa que nutre. Não chamas amor? És uma pessoa que não nutre.

Quando não se chama amor é porque não se ama. É porque há ali um reprimir de um sentimento que é bonito.

Mandar o teu amor calar-se, acompanhado de um revirar de olhos e de um "foda-se" mental cerca de setessentas vezes por dia? Escapa. Isso, sem chamar amor? É grave: cria a suspeita de que o sentimento não reside no âmago das profundezas do nosso ser.

É como quando respiramos. Se antes de cada inspiração não dissermos “preciso de recolher um poucochinho de oxigénio de modo a assegurar que as minhas células produzam energia para manter o meu metabolismo funcional”, estamos a levantar uma suspeita. Se calhar, não precisamos nada de recolher um poucochinho de oxigénio de modo a assegurar que as nossas células produzam energia para manter o metabolismo funcional e existencialmente viável.

Quando dizemos aos outros, somos sinceros. Quando não dizemos, estamos a escamotear. Devemos sempre dizer porque dizer é sentir coisas. Não dizer é não sentir coisas.

No fundo é isto.

quinta-feira

História da Terra

Pré-Câmbrico
Evento relevante: Surgimento da vida

Paleozóico
Evento relevante: extinção das trilobites

Jurássico
Evento relevante: África e América separam-se

Cretácico
Evento relevante: Extinção dos dinossauros

Terciário
Evento relevante: Deriva dos continentes

Quaternário
Evento relevante: Aparecimento do homo-sapiens

[Nova fase da História da Terra]
Evento relevante: Simão no Atlético

sexta-feira

Valor-notícia

Foi inaugurada uma nova igreja no conselho do Seixal. Logo no primeiro parágrafo, a abrir, diz o boletim municipal:

"O novo templo católico de Amora é o primeiro da Europa devoto ao pai dos migrantes e apóstulo da catequese, fundador das congregações dos missionários e missionárias de S.Carlos".

Podiamos já estar a pensar que se trataria de uma igreja comum, vulgar, igual a tantas outras, sem qualquer tipo de originalidade, mas não. Meus amigos, trata-se da primeira da Europa - a primeira - devota ao pai dos migrantes, apóstulo da catequese e fundador das congregações dos missionários e missionárias de S.Carlos.

Não é só uma igreja nova que abre. Não. É uma igreja, sim, nova, sim, que abre, sim, mas que tem a espectacular diferença de ter um nome único na Europa. Quem me dera ter um nome único na Europa.

segunda-feira

Enterrar e enterrar-se

Uma empresa de crédito tem anunciado um evento de verão, sobretudo em outdoors, dos quais consta uma pessoa enterrada na areia da praia e a sorrir.

Tenho para mim que os criativos foram uma espécie de jornalistas portugueses antes do 25 de Abril: arranjaram uma maneira original de dizer o que pensavam. É que uma instituição de crédito pagou a alguém para divulgar a sua imagem associada a pessoas enterradas.

Quando qualquer pessoa se depara com um cartaz de uma instituição de crédito do qual consta uma pessoa enterrada na areia da praia e a sorrir, é logo um pensar: "Olha que isto de estar enterrado é capaz de ser bom".


sexta-feira

Espectacular

Cidade da margem sul

Do deserto para o Mundo



Como não há gente, não há hospitais, não há escolas, não há hotéis, não há comércio, não há centros de estágios de clubes de outros países, os autóctones migram e partilham-se com a humanidade


Luís Figo Luis Filipe Madeira Caeiro Figo nasceu em 4 de novembro de 1972. Figo cresceu no seio de uma família humilde do deserto. O futebolista começou a jogar pela primeira vez no União Futebol Clube "Os Pastilhas", um clube de bairro da freguesia Cova da Piedade. Pouco tempo depois, passou do deserto para a relva e foi jogar para o Sporting Clube de Portugal, clube que anos mais tarde percebeu a importância do deserto para formar jogadores e criou lá um centro de estágios.

Manuel Maria de Barbosa l´Hedois Du Bocage nasceu em Setúbal a 15 de Setembro de 1765. A sua infância foi infeliz. O pai foi preso por dívidas ao Estado quando ele tinha seis anos. A mãe faleceu quando tinha dez. O poeta teve uma vida deserta de afectos. Possivelmente ferido por um amor não correspondido, assentou praça como voluntário em 1781 e permaneceu no Exército até 1783, data em que foi admitido na Escola da Marinha Real. No final do curso desertou. Influências da infância.

Rui Unas nasceu a 23 de Fevereiro de 1974. Cresceu na zona da Amora, sendo o seu clube preferido o Centro Desportivo, Cultural e Recreativo das Paivas, local onde decorrem actualmente diversos campeonatos de malha. A malha é um desporto que exige grandes superfícies áridas pelo que é o desporto de eleição na margem sul. Unas estudou na Escola Secundária Manuel Cargaleiro, escola que ganhou o nome do pintor. Actualmente, é apresentador de televisão.

Manuel Cargaleiro nasceu em Chão das Servas, 16 de Março de 1927. Pintor e ceramista, vive desde criança na margem sul nos concelhos de Almada e Seixal. Cargaleiro bebeu influências da região. Talvez por habitar no único deserto do mundo atravessado por um comboio sub-urbano procedente de Coina com destino a Roma-Areeiro, executou os mais diversos painéis cerâmicos em estações de metro, não só no estrangeiro como em Lisboa. Sempre que forem ao Colombo, já sabem. No Colégio Militar/Luz, a vossa vista é brindada pela artesania de um habitante do deserto.

Luís Boa Morte nasceu em Lisboa, 4 de Agosto de 1977. O futebolista que viveu na Arrentela joga actualmente no West Ham e faz parte da Selecção Portuguesa presente no Mundial de 2006. Teve inclusivamente direito a uma parede na marginal do Seixal a dizer "Arrentela apoia Boa Morte". Lá no deserto aquilo há muito jogador da bola a ir à selecção.

Luísa de Aguiar Todi nasceu em Setúbal a 9 de Janeiro de 1753, na actual rua da Brasileira. É fascinante mas é verdade: o deserto tem ruas. Depois de ter abraçado a carreira artística – primeiro, como actriz e, mais tarde, como cantora lírica -, passou por Londres, Paris, Berlim, Turim, Varsóvia, Veneza, Viena ou São Petersburgo. Foram algumas das cidades por onde Luísa Todi passou largas temporadas, alcançando consideráveis êxitos que nunca poderia obter num deserto sem pessoas. Nem comércio. Nem hoteis.

segunda-feira

Porque faz falta um post grande de vez em quando



U-u,
iá-iá,
faz-faz,
duh-duh.

U-u,
iá-iá,
faz-faz,
duh-duh.

U-u,
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U-u,
iá-iá,
faz-faz,
duh-duh.

U-u,
iá-iá,
faz-faz,
duh-duh.

São dialectos lá-deles.

segunda-feira

Poema

Não pares agora que agora está bom
não pares agora que eu estou a gostar
não pares agora, tira-me o baton
e se for com juizinho podes continuar


Cristiana, artista popular

quinta-feira

Hmm...



Por que será que os funcionários da EMEL são tão adeptos do óculo escuro?

segunda-feira

Orachão a chalajar



Salazar,

tem-se dito muita coisa injusta acerca do teu recente reconhecimento público. Que és sinónimo de inutilidade. Que és sinónimo de inflexibilidade. Que és sinónimo de cinzentismo. O que é certo é que ganhaste, o que me leva a extraír algumas conclusões.

1.És um útil. Muita manteiguinha tenho eu espalhado, muitas formas para bolos tenho eu untado, tudo graças a ti; no fundo, és um útil porque sem ti, a pastelaria doméstica e tradicional não seria a mesma. Quem estuda a História da pastelaria doméstica e tradicional sabe que há um período antes de salazar e depois de salazar. És a entrada para a união europeia da pastelaria doméstica e tradicional.


Fig.1 - Salazar branco e salazar azul

2. És um flexível. A tua extremidade é feita de uma borracha semi-rígida que se adapta às bem às paredes das formas. Se fosses monolítico como dizem, eu preferiria usar antes uma colher; no fundo, és um querido porque facilitas as coisas. Manteiga? Venha. Chocolate? Venha. Creme de ovo? Venha. És inclusivo e plural.

3. És um cinzento sim, mas não só. Também és branco, preto, azul, ou transparente com motivos hortícolas. O motivo hortícola dá-te um ar agrícola. O transparente veste-te de gala.

Se me permites, salazar, uma quarta conclusão. Há muita gente em Portugal a perceber de utensílios de cozinha e que dá valor ao papel do salazar no âmbito da pastelaria doméstica e tradicional. A ponto de tomar a iniciativa de ligar para um número de valor acrescentado todas as semanas para manifestar que te valorizam, que não te esquecem, e que sabem que há mérito, que tens capacidades, capacidades essas focalizadas no raspar, um raspar que dá alegria às pessoas.

Dorme bem, e onde quer que estejas, lembra-te: serás sempre idolatrado por pessoas que simultaneamente gostam de pastelaria doméstica e tradicional, e que tomam a iniciativa de ligar para números de valor acrescentado todas as semanas para manifestar que tu estás lá.

quinta-feira

Vamos "aquemular"

As pessoas não têm noção mas a seguir aos dentífricos contra a erosão ácida, a coisa mais útil que existe no modo de vida ocidental são os cartões. Isso nota-se não só em toda a quantidade que avoluma a minha carteira como também na forma desprezista como seguro cada um deles no momento em que os uso.

Charme, estilo, cosmopolitanismo: prendo cada um deles entre o indicador e o médio enquanto ajeito os óculos escuros que costumo usar na cabeça e provoco um desnivelar de sobrancelhas, como que a enrugar levemente a testa.

O ritual é sempre o mesmo. "Tem o cartão XYZ?" Depois, vem o melhor. Faço um leve aceno confirmativo, abro a carteira, dedilho por entre os cartões, como quem diz "ora bem, procedamos a coisas", retiro do cartão, mostro-o, validam-mo - pi -, devolvem-mo, acondiciono-o, fecho a carteira, qual LAPD, e enfio-a no bolso. Meus senhores: estilo.

Porquê cartão? Por quatro razões. Porque cartão é dinamismo. Porque cartão é estatuto. Porque cartão é "tou sim?, agora não posso que estou aqui a tratar de assuntos". Porque cartão dá "facelidade" em coisas.

Sou uma pessoa que usufrui do benefício do Cartão. Cartão Minipreço, cartão Sprinfield, cartão Continente, cartão Galp, cartão Zara, cartão Repsol, cartão Fnac, cartão Decathlon, cartão Jumbo, cartão Blockbuster, cartão Casa dos Frangos de Moscavide.

E porquê? Porque os descontos é uma coisa que "aquemula". Vai "aquemulando", "aquemulando", "aquemulando" e depois ganho descontos em todos esses sítios onde passo uma percentagem substancial da minha vida.

Desfolhar



Ele é revistas. Ele é jornais. Ele é a lista telefónica. Muito "desfolham" os portugueses. Fico triste. Com tanta mulher bonita e.

terça-feira

Honoris Causa

"Foi criada uma secção no menú lateral denominada de "Estupidologia - Ouve Aqui" (...). A vossa sanidade mental não está salvaguardada. Mas ouçam à mesma."


Programa 1

Programa 2

Programa 3

Programa 4


Parecendo que não, promover a estupidologia enquanto paradigma estruturante do saber humano dá estatuto académico e, vá lá, uma certa vaidade. Quando uma pessoa anda sempre, como eu, com a maior das naturalidades, com a sua toga e traje preto, com um rolo de papiro enrolado na mão, as pessoas comentam "bzbz, olha, lá vai o estupidólogo, bzbz". Vêm ter comigo e pedem-me a opinião sobre coisas, mesmo que eu esteja com o cesto das compras no antebraço na secção das hortaliças.

A mim e não só. A um restrito conjunto de pessoas, todas elas acostumadas a andar de toga, de traje preto e com um rolo de papiro enrolado na mão, nas mais variadísimas situações de convivência, nomeadamente social.

António Marçal, Pedro Gabriel e Tiago Florêncio são estupidólogos incontornáveis porque conseguiram que um programa de rádio com o nome "estupidologia" existisse. Desculpem, há mérito. Se é já de si whatthefuckiano que alguém chame a um blogue "estupi..." coiso, muito menos a um programa de rádio. Era o que faltava agora levar o saber ás pessoas. Muito menos na parte da noite. Muito menos numa rádio. Já é incomodar.

Primeiro, na cadeira de Atelier de Rádio, na universidade, depois, pela região da Grande Lisboa onde o sinal 97.8 da Radar chegava, quais jardineiros, dedicaram-se à disseminação - cirúrigica - das sementes do saber estupidológico. Pedro Gabriel, no seu blog, faz-me recordar dos tempos de universidade e pós-universidade ao disponibilizar programas que andavam perdidos na minha memória...

quinta-feira

Post extremamente positivo

Hoje estou extremamente bem disposto. Tão bem disposto que até vou escrever a palavra yupi.

Confesso que, por instantes, houve uma ténue hesitação entre a palavra "yha" e o intemporal grito de Speedy Gonzalez "Anda-le, anda-le!, arriba, arriba".

Mas optei pela palavra yupi.

"Yha" é uma alegra para o abrutalhado. E a minha alegria de hoje não é para o abrutalhado. Já "anda-le, anda-le!, arriba, arriba" é uma alegria, também ela, de índole equestre, mas com um toque mexicano. A minha boa disposição de hoje não só não é de índole equestre como também não é, de todo, mexicana - embora eu tolere, com reservas, que seja servo-montenegrina, ali com um polvilhar de xiita.

Yupi sim, é uma opção semanticamente mais aproximada do meu estado de espírito. Yupi tem celebração, tem serenidade, tem ponderação, com a vantagem de fazer lembrar sobemesas lácteas da década de 80. Não é fácil encontrar palavras que traduzam o nosso estado de espírito e que ao mesmo tempo nos consigam fazer lembrar sobremesas lácteas do final da década de 80.

Yupi é uma palavra que não pára de surpreender. É que, mesmo do ponto de vista sintático, ela inclui um i grego no princípio e um i latino no fim, o que confere equilíbrio á forma, enquanto denuncia uma alegria que não ofende, balanceada, tolerante, no conteúdo.

E de maneiras que hoje estou extremamente bem disposto. Tão bem disposto que até vou escrever a palavra yupi.

quarta-feira

Lamentável

Hoje celebra-se o dia dos namorados. Vejo pouca gente a comemorar. Afinal, trata-se de um dia em que só os namorados é que comemoram. Natural. é o seu dia, um dia próprio, específico, especialmente concebido para.

Mas - e eis-me transtornado - e os juntos? E as curtes? E os amantes? E os casados? Marginalizar é feio e não se faz.

Quer dizer, tanta gente q'há praí cheia de vontade de oferecer um telemóvel 4G rosa que faz parzinho, frascos de perfume q'encaixam de verdade ou almofadinhas a dizer "és a minha fofa" e o calendário ocidental a impôr limitações.

terça-feira

Pelo sim pelo não



Sim porque isto, não porque aquilo. Quando não tenho nada para fazer e estou para o aborrecido, divirto-me, quase à brava, a ouvir pessoas a discutir acaloradamente sobre o aborto. "A vida começa no momento X". "Não é nada, é no ponto Y"; "As mulheres abortam porque devem ter direito a controlar a sua vida"; "As mulheres abortam porque não têm condições, duh"; "Parvo". "Estúpido". E de maneiras que é um referendo que vai mudar muita coisa. Quando o SIM ganhar terá lugar todo um vasto conjunto de alterações.

1. "Antes havia abortos. Depois passarão a haver interrupções voluntárias da gravidez".

Consideração pessoal: A terminologia trará elegância à nossa língua. Quando vemos uma pessoa feia dizemos dasagradavelmente que é um aborto e não uma interrupção voluntária da gravidez. Injusto. Um ponto para o SIM.

2. Antes, na maioria dos casos, a mulher era criminosa e tinha tendência para desenvolver sentimentos de culpa. Depois, passarão apenas a ter tendência para desenvolver sentimentos de culpa.

Consideração pessoal: Aaah - alívio! É um peso muito menor. Dois pontos para o SIM.

3. Antes, a maioria dos médicos recusava-se a fazer abortos, invocando o Juramento de Hipócrates. Depois, a maioria dos médicos passou recusar-se a fazer interrupções voluntárias da gravidez, invocando o Juramento de Hipócrates.

Consideração pessoal: Por um lado, para além de se poder abortar em caso de perigo de vida da grávida e do feto, uma mulher que entenda não ter um filho naquele momento estará salvaguardada perante a lei e a sociedade, até às 10 semanas. Por outro, os médicos do sector público recusam-se quase todos a praticar o aborto, por vezes mesmo nos casos extremos. Os dois têm direito a fazer o que a consciência lhes manda. A lei existirá. As filas de espera também. Empate.

4. Antes havia centros de saúde, clínicas e hospitais. Depois, passarão a haver "estabelecimentos de saúde legalmente autorizados"

Consideração pessoal: As mulheres de classes socio-económicas desfavorecidas que entendam abortar poderão não apenas recorrer ao serviço nacional de saúde como também a "estabelecimentos de saúde legalmente autorizados". Ou seja, privados. O público oferece a possibilidade legal, mas demorará na execução efectiva. O privado resolve, mas é caro. Toda uma escolha: ou privado, ou privado. Um ponto para o NÃO.

5. Antes, era preciso ir a Espanha. Depois, passa a ser possível também em Portugal.

Consideração pessoal: Há comodidade para o utente. Claramente, três pontos para o SIM.

quinta-feira

Meta aspiracional

Gostava me tornar num novo-rico. Por um lado, ainda sou novo e tenho hipóteses. Por outro, a torneira dos fundos perdidos da UE já secou. Algo me diz que isso pode constituir um entrave à realização deste meu sonho...

Mas era bom. Não tinha que trabalhar muito e teria gostos simples. Música pimba. Futebol Clube do Porto. Ucranianas. As pessoas podiam rir-se de mim mas eu é que tinha o dinheiro. E jipes.

Eu seria um tipo ambicioso. Estou a imaginar-me a ir ao banco dar a entrada para a vivenda. Qualquer pessoa de sucesso tem uma vivenda. Tudo bem que eu sou um tipo para o sub-urbano, mas o crédito existe para quê? Quando olhamos para os vizinhos e vemos que eles compraram uma vivenda, é de uma pessoa ficar com inveja.

Comandaria os meus próprios negócios. Os meus empregados seriam todos corridos a recibos verdes para poupar nos salários e ainda ganhar algum no IRS. Investir? Claro. A fachada do armazém de construção civil tem que se mudar de tempos a tempos.

Que momentos de lazer eu teria. Levaria a filharada e a mulher comigo e faria viagens no meu jipe, onde apreciaria, de olhos fechados, a sonoridade introspectiva de Tony Carreira. E não me inibiria de evacuar mesmo junto à estrada se a vontade apertasse: a família ficava no carro; a porta ficava aberta de modo a difundir a música; e eu, ali, junto aos arbustos, num momento de descontracção. Era diferente.

Dizem que os novos-ricos têm mau gosto. Pois eu faria gala de o mostrar. Para que é que serve a cultura? Para conhecer mais? E para que é que isso serve? Eu é que teria o dinheiro...

Queria lá eu saber da presidência portuguesa da União Europeia" no 2º semestre de 2007. Queria lá eu saber do referendo do aborto. Queria lá eu saber do risco de estrangulamento em 2014 da Caixa Geral de Aposentações. Eu queria era sossego. Os tipos que andam sempre preocupados com o Conhecimento estão sempre tesos. Os intelectuais: todos pobres.

E aos fins de semana, convidava uns amigos para ver a minha casa de família de modo a que pudessem constatar o quanto eu tinha progredido socialmente desde a semana passada: que tinha mudado de jipe, que estava a instalar uma piscina e que tinha um plasma para ver os jogos do Porto na SportTV.

E aí sim, eu tornar-me-ia numa pessoa extraordinária.

quarta-feira

Também eu tenho um best of?



Período de recolhimento


Este blogue deixou de existir por alguns meses. É que passei por toda uma fase espiritual. Uma fase profunda. Uma fase de resolução de todo um conjunto de dissonâncias internas, vá.

É que eu pensava que eu era uma pessoa mais ou menos, de nacionalidade portuguesa, que ia ganhando a vida a escrevinhar e que até estava de saúde. Depois de ter visto os links abaixo, pus em causa a minha própria auto-imagem. Dou por mim e se calhar afinal sou músico, brasileiro, uma grande pessoa, e já morri.

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Quem sou eu? A foto.
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