Estupidologia s. f. - Ciência que estuda a auto-repressão voluntaria da razão e dos sentimentos; interesse pragmatico-investigativo pelos non-sense da vida em colectividade; teoria matemática que defende existir uma relação de proporção directa entre a sensação de felicidade e a acção de mecanismos primários do homem; designação do maior, mais antigo e poderoso lobbie do mundo; empresa familiar de farturas; nome de um blog

sábado

Bairro da Jamaica, em 2097

Essa urbe em crescimento!





Pingo Doce das Paivas reage ao crescimento do Bairro da Jamaica

O Pingo Doce das Paivas, próximo da àrea de influência do Bairro da Jamaica, reagiu esta semana às mudanças na envolvente contextual do negócio.

Num esforço de readaptação ao crescimento da urbe "jamaicana", pode ler-se junto às caixas de caldos knorr um discreto dizer «CAIXAS VAZIAS». Também as pilhas, os cremes de beleza ou os vinhos que custem mais de 5eur.- têm que ser requisitadas à senhora da caixa, no acto de pagamento.

Segundo fonte próxima do departamentio de Marketing do Grupo Jerónimo Martins, «trata-se de um conjunto de medidas que visam estimular o roubo» uma vez que, por um lado,«a concorrência é muita aqui nas imediações e assim, o que há mais é onde roubar».

O jovem Décio, confirmou ao www. estupidologia.blogspot.com esta ideia: «Nepia, Pingo Doce é fatela. Si não conseguir tipo paiar de surra, e, pá, tipo, tiver mêmo qui comprá, semp'é 'ma bêquinha mais barato e-qué, no Lídili ou na Dia», disse-nos à saída de um dos estabelecimentos da concorrência que facilitam o furto, enquanto deixava cair um pacote de bolachas do casaco.

A Jerónimo Martins defende uma abordagem diferente. Segundo o Chefe de Loja do Pingo Doce das Paivas, na zona em causa, «os furtos n'O Dia e no Lidl, "já não metem pica" para a pacífica comunidade do bairro,».

Segundo a mesma fonte, de «trata-se de motivar a Jamaica em peso, ansiosa por novos desafios de gamanço»

Para alcançar tal meta, para além das importantes medidas de proteccionismo ao caldo knorr, foram retirados 70% dos carrinhos de compras, também eles objecto de furto, e colocados novos seguranças, moradores do próprio bairro: «É essencial criar uma relação profíqua e cooperante, enfim, uma verdadeira relação humana construtiva entre ladrão e vigilante, até porque queremos que o cliente se sinta bem nas nossas lojas e regresse» considerou.

A campanha «Preços sempre baixos» pretende transmitir-lhes segurança e dizer-lhes «Gamem antes aqui».

As pessoas que não roubam deixaram de interessar ao Pingo Doce. Trata-se de uma mudança radical de posicionamento, suportada por campanhas publicitárias televisivas. «Dirigimo-nos claramente aos segmentos C e D, pelo que a televisão é um canal privilegiado de acesso».

Num futuro próximo, o Pingo Doce das Paivas terá os seus próprios anúncios televisivos, dirigidos à comunidade do bairro, tirando proveito da elevada taxa de cobertura da TVCabo: apesar de só existir um assinante, todos os lares possuem uma puxada.

quarta-feira

terça-feira

Estupidologia Aplicada V

Questões de treino para o primeiro semestre


1. Relacione as dificuldades de normalização biológica do perímetro de Chernobyl com o processo de paz do Médio Oriente..

2. Reflicta acerca do impacto do decreto-lei nº 149/88 de 27-04 em toda movimentação político-estratégica pro-independentista da República Árabe Saharaui Democratica. Infira daí as consequências que daí poderão advir para a jogabilidade do Fifa 2017.

3. Explique como a evolução dos proveitos operacionais da PT no quarto trimestre de 2004 contribui para o aumento do efeito de estufa.

4. Estabeleça um nexo causal que corelacione a) a introdução do eu transcendental na literatura realista do final do séc. XIX, b) a reforma agrária de 75 e c) aquela parte em que Eleonora confessa o seu amor, na novela Senhora do Destino.

«Ai ele há eleições?»



- Ó Zé, olha lá, tens visto a campanha?

- Qual campanha?

- A campanha.

- Qual campanha?

- A campanha.

- Qual campanha?

- A campanha.

- Ahhh!!! Ok! A campanha?

- Sim!

- Não.


sábado

Como ganhar tempo



Gajo - Ó rapariga... Será que tu me amas mesmo, mesmo, mesmo, assim a-modos-que á doida, a pontos de casarmos e sermos felizes para sempre e termos muitos bebés e-isso-tudo?



Gaja - ... [se digo não, faz beicinho, amua, e mais tarde ou mais cedo não quer saber de mim;



Gaja - ... se digo sim, nunca mais me larga e anda-me pr'aqui feito melga...



Gaja - ... se digo talvez diz que sou "sempr'a mesma coisa, sempr'a mesma coisa,sempr'a mesma coisa" e que nunca me decido...]


Gaja - Importas-te de repetir a pergunta?

Filosofia infanto-juvenil suburbana

Pensamento do dia


«"Arrebenta" a bolha.»


Autor não identificado




Resultados da sondagem

Os dados que podem mudar tudo

...

quinta-feira

Diálogo bonito II

A falsa democracia

- Apetece-te sair? E se fôssemos ao café?

- Sim, mas deve estar uma confusão.

- E se fôssemos ao cinema?

- Sim, mas a esta hora...

- E se fôssemos ao teatro?

- Sim, mas é tão caro.

- Então o que é que queres fazer?

- Ficar em casa.


terça-feira

Momento de poesia


«Meu amigo»

Meu amigo,
O que aconteceu foi muito simples,
meu amigo.

O que aconteceu é que
Eu chego aqui
E sou logo confrontado
Com cetras e determinadas situações.

Hã?

E eu digo:
«Atão mas coméquié?»

E os gajos:
«Ah, e tal»

E eu:
«"Ah, e tal", não, "Ah, e tal", não»

Então, eu venho lá de baixo
dizem-me que «não-sei-quê»
chego cá acima, afinal parece que não.
Em que é que ficamos?,

e os gajos
«ah, não sei que mais, e o camandro»
E eu:
«maaau!, queres ver que a gente tem que se chatear?»

Isto não pode ser.

Eu sou um gajo que 'tá aqui a trabalhar
- eu quero trabalhar; hã? - e dizem-me
(como eu aqui ouvi)...
dizem-me «ah, não sei quê»

Mas que é isto? Que é isto?

Isto não se faz. Porque eu sou um gajo
que me dou bem com toda a gente - que, sim senhor -
dou-me bem, por mim 'tá tudo bem
e fazem-me isto;.

e há gajos que andam praí,
fazem trinta por uma linha
e depois
passa tudo incólume...

Que é coisa que eu não percebo.

É que eu assim deixo de vir aqui
Vou fazer a minha vida para outros sítios.
Sítios onde inclusivamente malta me diz
«Epah, e tal, sim senhor».

É p'ra lá q'eu vou.
Deixo de vir aqui, pá. Hã?

Porque quando eu vejo que há aí palhaços pá
que falam-falam, falam-falam, falam-falam, pá
e eu não os vejo a fazer nada, pá,
fico chateado.

Concerteza que fico chateado.

A sua majestade


sexta-feira

Prémio «e-nós-tudo-bem» do mês



Estava eu descansadinho da vida neste fim de tarde, de perna traçada, a folhear o meu jornal enquanto saboreava deleitado o meu Joi de laranja pela palhinha até sorver o restinho do fundo, quando me deparo com uma notícia, no mínimo, importante.

Já todos ouvimos falar em «Professores» que dominam determinados métodos - científicos, logico - de adivinhação do futuro. Ele é o Orixá. Ele é a sina. Ele é o Tarot. Ele são as bolas de cristal. Ele são as cartas de Pokémon.

Mas há um que revolucionará a vida na Terra, tal como a conhecemos. Ler o futuro nas nalgas.



Fig.1 - «Nas nalgas?»

Precisamente. O cubano Jose Miranda, num programa da WJAN-TV, dirigido à comunidade latina da Flórida, procede - em directo! - á análise metódica dos glúteos dos seus convidados.

Segundo o proeminente cientista, não pode haver nada a cobrir a região uma vez que não tem um contacto que lhe permita uma observação clara das suas linhas.

De ponteiro em riste - uma cana de bambu untada em óleos aromáticos - e em pose séria, o senhor dirá concerteza nas suas apresentações:

- Ora, portanto, que temos aqui? Ele investiga, investiga, investiga, e...

- Hmm... constato que possui um índice de capilosidade elevado na região inter-gluteana. Terá muita sorte ao dinheiro se fizer investimentos a longo prazo no sector imobiliário num dia impar que tenha Plutão na casa de Caranguejo e um par de meias salmão pardo aos losangos.

O senhor, de olhar atento, lá continua a sua análise.

- ... E - olha, que vejo aqui? - ... um pelo encravado na sua região infra-gluteana esquerda, o que quer dizer que a sua cor da semana é o bêije e que o seu número da sorte é o 327,4. Hmmm... Noto também algumas vermelhidões que me permitem inferir com alguma segurança que não costuma ter problemas de dinheiro.»

O senhor, ao que parece, ganhou tal fama que agora recebe e-mails com rabos para analisar. Mas - mas - com uma condição. Têm que ser de alta resolução. Ah, pois!, porque senão, não dá «e quê».

Publicidades repetitivas

Salsa & Merengue

U-uh-uh. Uh-uh-un, dos, tres
Um pasito pa'fren-te, Ma-ri-a!

Ricky Martin

domingo

«Optimismo!, então?»

O lado positivo do tsunami





No dia 29 de Dezembro de 2004, a SIC Notícias passou uma reportagem onde entrevistavam portugueses que tinham partido depois da tragédia no sudoeste asiático para a Tailândia, mantendo a viagem agendada como se tudo estivesse como antes das trágicas mortes causadas pelo tsunami.

Dulce Ferreira, a entrevistada, disse à jornalista que e-coiso, e-não-sei-quê, que já tinha as férias marcadas, e tal, e - pérola número um - que não tinha ficado nada preocupada com o que tinha acontecido.

Era na boa porque a modos-que os pais, que entretanto já lá estavam, «le» tinham enviado um sms a dizer que diz-que tinha havido "uns tsunamis e umas coisas", mas que estavam bem.

Novamente questionada pela jornalista, desta vez acerca da situação das suas férias, dadas as novas circunstâncias, Dulce Ferreira respondeu - pérola número dois:

«(...) agora já não vou ter todas as condições de férias que iria ter se por acaso não tivesse acontecido nada disto. Por outro lado, estou contente, porque vejo as coisas mais ao natural, como elas são».

Sem dúvida, um exemplo a seguir em prol do combate ao pessimismo.

(A) frase do ano de 2004



«Tenho sempre noção do que é ridículo»

José Castelo Branco
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