Estupidologia s. f. - Ciência que estuda a auto-repressão voluntaria da razão e dos sentimentos; interesse pragmatico-investigativo pelos non-sense da vida em colectividade; teoria matemática que defende existir uma relação de proporção directa entre a sensação de felicidade e a acção de mecanismos primários do homem; designação do maior, mais antigo e poderoso lobbie do mundo; empresa familiar de farturas; nome de um blog

quarta-feira

Destak alerta...

Vamos pensar sobre a problemática das desigualdades no mundo




Esta notícia, do Destak de terça-feira, 5 de Setembro intrigou-me. Quem é que é notícia aqui? Quem sofre o drama. E quem sofre o drama? As mulheres, que representam metade dos imigrantes.

É verdade. Metade! Veio no jornal para - pá - fazer as pessoas reflectir. (Metade!) É importante reflectir sobre os dramas da humanidade, até para não sermos más pessoas no dia-a-dia e, quiçá, irmos para o céu. Metade! É para que fiquem a pensar que a vida não é fácil para as mulheres que imigram. (Me-ta-de!) É até, às vezes, complicada. Portanto, vejam bem. Metade! É muito. É uma situação que faz pensar.

É uma coisa que toca. Coitada daquela metade que imigra...

"Sim, pois, é, claro, hm-hm, com efeito"

- Sabes que quando me chega a mostarda ao nariz…
- É verdade. Realmente és uma pessoa que…
- Então não é que o gajo se virou para mim e…
- Pois, eu vi, o gajo queria era…
- Ele julga que eu sou parvo ou…
- Estiveste bem pá, ele realmente é um gajo que…
- E o pior nem foi isso, foi mesmo quando veio ter comigo todo coiso, com aquela pose de…
- … de quem julga que manda.
- Hã?
- ….de quem julga que manda.
- O quê?
- … com aquela pose de…
- Exacto.

sexta-feira

Escrever correctamente

Porque, pá, há um património cultural para defender

Estava eu a ver blogs do Barreiro - sou uma pessoa que vive de cultura - quando me deparei com um erro que me afligiu.

Há pessoas que não sabem escrever "foda-se".

É triste. É que fodasse lê-se como se fosse conjuntivo do verbo foder, mas numa variante formal incorrecta, tal como pronunciada por uma criança de 5 anos.

ex.:
Que eu fodasse, que tu fodasses, que ele fodasse, que nós fodássemos, que vós fodásseis, que eles fodassem


"foda-se" é a forma imperativa impessoal do verbo foder. O mesmo será dizer "que se foda".

ex.:
"Foda-se, ó fulano de tal, mas que merda é essa?"

Em resumo:

"Fodasse"?: Assim não.
"Foda-se": Assim sim!

Vamos lá falar com correcção e higiene.

quarta-feira

Todo um orgulho

Avião israelita nas Lages


Por um lado, damos ajuda humanitária aos libaneses. Por outro, concedemos licenças de aterragem a aviões israelitas com material bélico.

Portugal: povo querido, povo fofo, povo amigo.










NOTA para possíveis leitores avessos à "intelectualidade":

Para quem ainda não se apercebeu - meteu-se o Agosto agora e uma pessoa vai de férias - diz's'q'apareceu outra guerra no mundo. Opõe um país que se chama Libano a outro que se chama Israel. Portugal também é um país e dizem que Angola também.


Subsarianos ao telemovel



" - Anhá mo sune. Tá no camiola sukuro tem no aperto. Nhé cachunche? Si malane walanka makanga, wê moç? Cara podre. Awá mi ma bo mo Benfica ba ni cah wah na. Bó lhá? Baka ki ka ki ka vai na Lidili comprá álós ki ka ten rabu ka ta maradu no infrastrutura. Fala di magru ka ta ciga na tabanka mantóra ta ma oja lunju di ke mininu ki sikidu wê. Lubu kuma i ka son kusa sabi ki ta incisi bariga, wah. Vá, tá chigar no Campolide, vou ter disligá, chau."

segunda-feira

"Tatiana Lurdes, és tudo para mim. Obrigado pai. Viva a Naval. Força, Pipá, tu consegues. Li num livro que o destino é uma coisa complicada"



Dizem que em Portugal não há inovação, que em Portugal os recursos humanos não têm competências, que em Portugal não há visão estratégica.

Não vejo razão para tanto pessimismo. Afinal, há pessoas que nos inspiram diariamente porque estão de facto por dentro de toda a cientificidade inerente ao processo de elaboração de um nick do messenger.

São sinais de esperança.

domingo

E porque hoje é Domingo




Como atesta a sua longevidade, a Eucaristia Dominical é o programa de maior sucesso da televisão portuguesa.

Aquela rapariga era tão, como dizer?, lia tão bem. Foi com todo o interesse que segui o 2º salmo de S.Pedro.

sexta-feira

Luxo




Pá, sinto-me como uma mádame daquelas que vai às festas de alta sociedade, toda ela pimpona, toda ela acessórios de joalharia com designações francófonas de índole paneleira, toda ela vaidade pela anilha comemorativa das bodas de kripton que o marido lhe deu e que faz questão de mostrar ás amigas lá no evento social.

É que deste blog já constava a palavra vasoconstrição. Agora, a palavra membranófono...

quinta-feira

Por favor, nao os abandonem...

Apelo

Novo. Conservava ainda o código de barras. Ali estava. Sozinho. Abandonado à sua sorte. Á sombra de uma árvore. Em pleno parque de estacionamento suburbano recém-construído.

Quer dizer: as pessoas vão de férias para longe e depois largam-nos em qualquer lado. É desumano.

Desculpem: ninguém abandona um pirex num parque de estacionamento suburbano recém-construído. Com tanto sítio bom. Um centro de acolhimento. Uma instituição. A paróquia da área de residência.

Foi ontem. Deixou-me triste. Hoje, lá estava o pirex outra vez, sozinho, deixado à sua sorte.

Não sou uma pessoa com muitas posses - não é fácil sustentar um pirex - mas mesmo assim decidi adoptá-lo. É a minha veia humana. Era um drama demasiado grande para que eu pudesse ter ficado indiferente. Pelo menos enquanto não aparecer um novo dono que lhe possa dar todo o amor que ele merece.

As pessoas só deviam ter pirexes se lhes pudessem dar condições.

Não deixem os vossos pirexes em parques de estacionamento suburbanos recém-construídos. Lembrem-se: há quem não possa ter um pirex mas gostasse de ter um.

terça-feira

Por falar em vasoconstrição



Sabiam que os tensioactivos que fazem parte do detergente para a máquina da roupa têm uma biodegradabilidade aeróbica final superior a 60%?


É verdade, também fiquei surpreendido...

quarta-feira

Há. Que Acrescentar. Valor.

E por falar em tendências intelectuais


Digo isto, qual guru da gestão tecendo considerações em programas de economia que dão em reposição na 2: às 4 da manhã. Há que acrescentar valor.

Fumar não se restringe – gosto da palavra restringir - a chupar o fumo do cigarro. É uma actividade que envolve todo um conjunto de técnicas que constituam mais-valia à mera à mera acção de absorção voluntária de vapores provenientes da combustão de ervas secas aditivadas comprimidas dentro de finas camadas de celulose prensada.

“Não posso acreditar!, ai ele há estratégias para acrescentar valor ao acto de fumar?”, perguntar-se-ão incrédulos os estupidólogos mais familiarizados com os conceitos de gestão, quiçá preocupados com a satisfação das necessidades do topo da pirâmide de Maslow.

Óbvio que a resposta é “sim, efectivamente, com efeito”.

A dúvida com que se deparam os estupidólogos de nível intelectual elevado, quase de forma tão fundamentalizadora e filosófica quanto a problemática do sentido da vida: para que serviria fumar se uma pessoa não pudesse fazer pose?

Eis-nos pois na nevralgia do valor acrescentado.

Dada a premência da questão, propomos uma reflexão – e atenção que pronuncio a palavra “reflexão” ao mesmo tempo que estou com os cotovelos apoiados na mesa e com as pontas dos dedos unidas, qual pedro abrunhosa em acto de consultoria de gestão – acerca das possibilidades de postura que existem ao dispôr das pessoas que estão rotinadas com acções quotidianas de absorção oral voluntária de vapores provenientes da combustão de ervas secas aditivadas comprimidas no interior de camadas finas de celulose prensada.

Procedamos à elencagem.

Designação – Técnica do Lojista
Nível de dificuldade
Breve descrição – Também conhecida nalguns meios como a Técnica dos Empregados da TMN da Av. Da República. Deve ser performada com um pé no chão e outro na parede, com as costas devidamente apoiadas.
O cotovelo do braço que segura o cigarro está apoiado na outra mão, não vá o braço caír.

Designação – Técnica do Lojista Gay
Nível de dificuldade
Breve descrição – O cotovelo do braço que segura o cigarro permanece, como na técnica anterior, apoiado na outra mão.
Deve ser performada de pé, com uma perna atrás e outra à frente, sendo que os pés deverão desenhar um ângulo de 90º. Este jogo de pernas é também conhecido como “a pose de promotora”
Dica Tente desenhar um ângulo obtuso para um efeito mais gay!

Designação – Técnica “Escola de Frankfurt”
Nível de dificuldade
Breve descrição – Executar sentado e de perna traçada. Quando lhe perguntarem alguma coisa, franza os olhos como quem tenta decifrar caracteres hebraicos ao longe e à noite.
Dica - Vale a pena frequentar sítios com cadeiras de braços. Ponha o cigarro em riste com o cotovelo apoiado para obter o efeito “Académico Sénior em Momento de Ponderação”.

Designação – Técnica do Capitão (ou “A” Técnica)
Nível de dificuldade
Breve descrição – O acto de absorção do fumo não é especialmente importante. Converse com as sobrancelhas desniveladas. Depois, basta que segure um cigarro aceso à frente de alguém e vá dizenddo “f*d*-s*” em intervalos regulares de tempo.
Dica Não fume sozinho. Depois vai dizer “f*d*-s*” a quém?”

Designação – Escola do Zé
Nível de dificuldade -
Breve descrição – Apoie um cotovelo num balcão de café, de preferência de alumínio e aqui e ali pontilhado por marcas de copos. O fumo sopra-se sempre pelo nariz, à medida que se olha para a televisão afixada no canto da parede, que invariavelmente está a dar o resumo do Rio Ave – Vitória de Setúbal. Performe esta técnica proferindo “c+r+lh+” muitas vezes, para que toda a gente perceba que você é uma pessoa que está a par do que se passa no mundo e que tem a capacidade de elaborar juízos críticos consistentes.
Dica Acompanhe com um jornal desportivo e um pires de amendoins.


Designação – Escola de Corto Maltese ou “(Raios partam o puto), vá, eu pago-te uma laranjada”.
Nível de dificuldade
Breve descrição – Executar de cigarro aceso no canto da boca. Segure a carteira, o telemóvel e as chaves do carro numa mão. Na outra, meio balão de Macieira. Leve o filho consigo e quando ele disser “ó pai, quero ir para casa”, diga-lhe sempre “(Raios partam o puto), vá, eu pago-te uma laranjada”.


Descrição – Escola Madre Teresa
Nível de dificuldade
Breve descrição – Deve performar um abanicar de mão sempre que um pouco de fumo escapulir desleixadamente para cima de alguém.
Outro índice da fé destes fumadores na possibilidade de nunca incomodarem ninguém é chegarem o braço para trás num gesto de amor. A preocupação com o próximo fica completa com o sempre bonito soprar do fumo para cima, qual efeito brilhantes-a-respingar dos foguetes da passagem de ano da Madeira.


Descrição – Escola Esquizofrénica
Nível de dificuldade -
Breve descrição - “Não é fácil aceitar a diferença. Mas é possível”, entendem os esquizofrénicos. Com tantas escolas e doutrinas, recusam entregar-se a uma. Com efeito, o fumador esquizofrénico é aquele que consegue apoiar o cotovelo do braço que segura o cigarro na outra mão, fazer pose de promotora, franzir os olhos, como quem tenta decifrar caracrteres hebraicos, ao longe e à noite, pronunciar o trissílabo “f+d+-s+” em intervalos regulares de tempo, encostar-se a um balcão aqui e ali marcado por copos, mandar vir uma laranjada, soprar o fumo para cima, produzindo um bonito efeito lágrima e aínda performar um abanicar de mão, tudo ao mesmo tempo.
Dica Seja criativo. Incorpore novas tendências. Fume com óculos escuros na cabeça para efeito moderno.



Há todo um marketing pessoal e toda uma estrutura de criação de valor inerente ao acto de absorção oral e voluntária dce vapores provenientes da combustão de ervas daninhas da América do Sul aditivadas e comprimidas no seio de camadas finas de celulose prensada.

terça-feira

Eia

Fiz um post do qual consta a palavra vasoconstrição. É de uma pessoa ficar orgulhosa.

sexta-feira

Comunicação segmentada

"O" exemplo


Diz esta enciclopédia online que «a [segmentação] (...) diferentemente do modelo de massa, atinge [através de diversos suportes de comunicação] grupos específicos, classificados de acordo com características próprias e preferências similares.»



Canto inferior esquerdo da imagem: deve estar provado que quem lê a secção NACIONAL de jornais de referência tem todo o interesse em participar em filmes pornográficos.

E com três quartos de página preenchidos por uma entrevista a José Sócrates.

Para quando um anúncio assim no suplemento de economia? Dava outra alegria.

sexta-feira

«Hm, e um que os pusesse aos dois?»

Presidenciais do Real Madrid

Lorenzo Sanz

«El candidato a la presidencia del Real Madrid, Lorenzo Sanz, anunció hoy que ha alcanzado un acuerdo "tanto con el club como con los jugadores" con (...) el holandés Boulahrouz (...)»

in www. cadenaser.org

Villar Mir

«Villar Mir afirmó esta mañana, tras pronunciar una conferencia, que el acuerdo con el jugador portugués es real. "Con Cristiano Ronaldo es todo real", dijo»

in www. cadenaser.org

quinta-feira

CARRIS apoia Portugal no Mundial de 2006

Para o caso de alguém ainda não ter reparado




Para além de fornecer a indicação do destino do transporte - são uns queridos -, também a CARRIS se lembrou de dizer agora ao mundo através dos painéis electrónicos que apoia Portugal no Mundial de 2006.

Certo, ok, a CARRIS apoia Portugal no Mundial 2006, mas o que eu gostava - acho que era capaz, avento eu, de me dar algum jeito - era de saber para onde é que o raio do autocarro vai. Mas é só uma sugestão, ã?

Que eu também não quero agora estar a incomodar.

sábado

Xibit

Esse modelo de comportamento




Fig.1 - Dúvidas de um intelectual: «Será que Wall Street volta a fechar no vermelho?; Qual será o meu perfil de investidor?; Serei eu o pai da Clara?»

segunda-feira

O pai da Clara


Homem 1

- Eu é que sou o pai da Clara.


Homem 2

- Não. Eu é que sou o pai da Clara.


Homem 3

- Eu. Eu é que sou o pai da Clara.


Homem 4

- Erm, não, ... Eu é que sou o pai da Clara.


Homem 5

- Eu confesso. Pronto. A verdade é que... eu sou o pai da Clara.


Homem 6

- Pára tudo. Sou eu o pai da Clara.


Homem 7

- Mas que vem a ser isto meus senhores? Eu criei a Clara. A Clara é minha filha.


Homem 8

- Ok, eu estava aqui calado mas tenho uma confissão a fazer. Eu sou o pai da Clara.


Homem 9

- O pai da Clara sou eu.


Homem 10

- Ah, então és tu. Até que enfim que alguém esclarece isto de uma vez por todas.

sábado

São vidas...

Muita gente há que passa o tempo a dizer que foi a um Safari no Quénia, que andou de Lamborghini ou até - pasme-se - que foi passar férias a países que inclusivamente são tropicais.

E pensam eles que fazem coisas entusiasmantes. Respondo-lhes sempre - com nariz empinado de superioridade - "Tsc. Pft. E eu fui à Segurança Social".

Embrulhem.

É claro que as pessoas, primeiro, ficam uns instantes em silêncio. Depois, lá olham para mim de outra maneira.

São coisas que se notam: umas ficam com desdém e não dão a conversa por terminada enquanto não arranjam algo melhor para me contar. Outras há que ficam verdadeiramente fascinadas com bravura do meu feito e bombardeiam-me com perguntas: "Ah!, e qual era o número da tua senha?"; "ah!!, e qual é o horário da tesouraria?"; "ah!!!, e qual é a delegação da tua àrea de residência?".

É verdade. Não é para me gabar mas fui mesmo à Segurança Social. É só para que conste. Apesar do evidente reconhecimento social a que fico sujeito depois de dizer uma coisa destas, ainda tenho a humildade suficiente para admitir - vá - que há um conjunto de pessoas que eu admiro mesmo. As que já foram às Finanças.

Cá renovar o B.I. Cá ir à Segurança Social. Um dia inteiro nas Finanças é que é. Loja do Cidadão não, que eu já lá fui e é rápido. Um dia - qual mulher embevecida a contemplar as fotografias da Nova Gente - lá chegarei.

Ai, ai, suspiro longamente: a Segurança Social já está, é certo; agora ir às Finanças... Vamos ver. Não é para qualquer um, é certo, mas ninguém me pode impedir de sonhar!

domingo

Becos sem saída intelectuais

Estupidologia: Ciência ou Arte? O choque de correntes

1.

Tese Ciência
O fenómeno estupidológico é analisável através do método.

Tese Arte
Dizem que não é bem assim, uma vez que o fenómeno estupidológico só é entendível através da síntese subjectiva do artista.
2.

Tese Ciência
A Estupidologia tem um objecto de estudo claramente delimitado, a estupidez

Tese Arte
Dizem que não é bem assim, uma vez que a Estupidologia é uma corrente artística, i.e, vive condenada à mera mimetização representativa da resistência activa à inteligência
3.

Tese Ciência
Toda e qualquer teoria estupidológica é susceptível de verificação experimental

Tese Arte
Dizem que não é bem assim, uma vez que a estupidez é mostrável mas não demonstrável, pois afigura-se como um fenómeno circunscrito a um contexto de produção muito particular.

4.
Tese Ciência
As manifestações estupidológicos exigem estudo e são aprendíveis

Tese Arte
Dizem que não é bem assim, uma vez que não é qualquer um que chega ali e pronto. É uma intuição que vive da inspiração de predestinados.
5.

Tese Ciência
O entendimento fenómeno estupidológico aspira ao universal e ao absoluto

Tese Arte
Dizem que não é bem assim, uma vez que a Estupidez é particular, relativa, volátil, subjectiva, e extremamente literária.
6.

Tese Ciência
A estupidez existe a posteriori. O Homem dita o início do advento da estupidez.

Tese Arte
Dizem que não é bem assim, uma vez que os fenómenos estupidológicos existem a priori, i.e, a Estupidez existe em liberdade na Natureza.

Para quem ainda não se tenha apercebido

sábado

Galardão WTF

O ressurgir do prémio fundado por A Saga Urbana 2.0

Título original: A Tigela da Fruta
Ranking: 1º posto
Local da ocorrência: 1050 Lisboa
Nomeações para Galardão WTF: 157
Grau de violência psicológica:


Interveniente de sexo masculino 1 - Ih! De detergente na mão e a esfregar a loiça??? Fada do lar. [olhar jocoso].

Interveniente de sexo masculino 2 - [breve silêncio] Pois. Sou uma pessoa com hábitos de higiene.

Interveniente de sexo masculino 1 - [silêncio, a remoer] Eu também sou. Não é preciso é pôr detergente.

segunda-feira

Mal-entendidos

- Podia dizer-me o seu estado civil?

- 23.

- Não, isso é a sua idade. O seu esta-do ci-vil.

- Aaaah. Estudante.

sexta-feira

A assimetria aprende-se



Sou uma pessoa descontraída. Já vos disse que eu treino hip-hop ao espelho logo de manhã? Isto de ser descontraído é muito bom. Dá um ar de pessoa dinâmica e activa e que faz coisas e... dinâmica.

Ser uma pessoa que faz coisas tem que se lhe diga. Quando estou sentado, além de fazer espirais com a barbicha, costumo pôr os pés em cima dos tampos das mesas, o que é duplamente vantajoso. Não só dá um ar descontraído como um ar de pessoa que tem algum domínio sobre coisas.

Por isso é que tenho optado por posições mais assimétricas do corpo. Haviam de me ver a segurar um cigarro à frente da TMN da Avda. da República em Lisboa, ali como quem descai para o BPI.

A assimetria aprende-se. Isto de ser descontraído é muito bom. Já vos disse que eu treino hip-hop ao espelho logo de manhã?

E que o CAC40 está em descida ligeira? Ah já sabiam? Pois.

Mas olhem que está em subida. Apanhei-vos, ã? Até se tem estado a portar bem hoje, o CAC40.

Declaração ao mundo




Declaro ao mundo que vou passar a treinar hip-hop ao espelho logo de manhã. Vou adoptar o estilo de vida Zé Milho. Em nome da Ciência.

Hoje fui aviar uma receita à farmácia



Gosto disto de ter um blog. É uma forma de declarar coisas ao mundo. Eu gosto de declarar coisas ao mundo. Por exemplo: declaro ao mundo que gosto de declarar coisas ao mundo. Je declaire au monde que j'aime declarer des choses au monde. I declare to the mund I enjoy declaring to the mund.
Hoje fui aviar uma receita à farmácia.

Momento de poesia IV

Se um cavalo se puser com grandes dissertações filosóficas

«Se um cavalo se puser com grandes dissertações filosóficas,
eu perco-lhe logo todo o respeito.
Um cavalo não é Platão.
Se Platão relinchasse eu também não o respeitaria

(...)»



Gonçalo M. Tavares

Momento de poesia III

Ontem construí um barco de pedra



<Ontem construí um barco de pedra.
Não resultou.


Gonçalo M. Tavares

Momento de poesia II

Tudo isto é pura convenção



Tudo isto é uma convenção.
Os cheiros, por exemplo.
Quem nos diz a nós que o cheiro a merda é mau?

Isto é pura convenção.
Aprendemos na escola e pela família a dizer:
- Este cheiro é agradável.
- Este cheiro é horrível.
Mas, agora, depois de adultos, podemos revoltar-nos.

Por mim declaro, a partir de hoje, que o cheiro a merda é
maravilhoso.
É uma declaração importante.
O cheiro a merda é m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o.
L'odeur à la merde c'est merveilleux.
The smell of merde it's wonderful.

(...)

Gonçalo M. Tavares

Momento de poesia I

Um produto chamado Produzir



Trabalho numa fábrica que produz um produto chamado
PRODUZIR.
- O que é que tu fazes - perguntam-me muitas vezes.
- Eu produzo!
- E o que é que tu produzes?
- Eu produzo um produto, está claro.
E depois, quando explico que produzo o produto Produzir,
eles ficam surpreendidos, mas acabam por me dar os parabéns.



Gonçalo M. Tavares

quinta-feira

Dúvida de gramática



Tefenar ou tufenar?

Não vejo razão para tanta celeuma


Disse Ang Lee em resposta às "vozes do preconceito" que se levantaram em torno do filme Brokeback Mountain, a história de dois cobóis que se apaixonam:

«Pois que sim, que se trata de um filme que testa os "limites ilimitados" do Amor, que pretende falar do Amor de forma universal e sem preconceitos, portanto não vejo razão para tanta celeuma».

Claro que o que pretendia não era que o filme ressaltasse no meio do ruído competitivo de tanto cinema. Não. Alguma vez? Evidente que, qual empreendimento humanista e caridoso, era isso de combater os - ai, como é que se diz? - preconceitos.

Por isso, pergunto eu: para quando a sequela?

Aventando como seria: eles separavam-se porque um deles conhecia no decurso da sua vida outro ser especial. Um ser que - como dizer? - o incendiava de paixão. A tal ponto que um dia, ele decidiria ter uma conversa de cobói para cobói com o seu companheiro.

« - Amor, temos que falar sobre a nossa relação»; « - Que foi? Há outra pessoa?»; «- A Mimosa do celeiro, a mais malhadinha»; «- Como pudeste? Com uma vaca? Seu tarado»; « - Mas eu, mas-mas-mas... mas eu gosto dela...», e enfim, seguir-se-ia toda uma trama dramática, até à resolução do conflito interior do pobre cobói reprimido pelo mundo: a cena do fogoso beijo de paixão, do beijo do cobói e da vaca.

Do binómio homem-homem passar-se-ia para o binómio homem-vaca.

Nisto, dirão vocês, pessoas perfeitamente integradas no seio da sociedade contemporânea, enfim, com elevados índices de adaptação às normas sociais vigentes: «Ai que horror. Uma vaca? Ai que horror. Mas que javardice vai nessa cabeça? Que sem-vergonhiçe barata. E [ressaltaria entretanto a vossa veia cinéfila] não se trataria isso da sujeição de uma personagem humana a uma situação limite com níveis de inverosimilhança demasiado elevados?».

E eu responderia, como Ang Lee : «Pois que sim, que se trata de um filme que que testa os "limites ilimitados" do Amor, que pretende falar do Amor de forma universal e sem preconceitos, portanto não vejo razão para tanta celeuma».

sexta-feira

Nossa Senhora de Fátima

vs.


«Quem vier, morre.»

Luís Filipe Vieira, 10.03.06, Paris

Vamos rir?

Mas assim à parva, hã?

- Onde é que fica o Canal da Mancha?
- Não sei, só tenho quatro canais...


Malucos do Riso, 03.03.2006

sábado

«Salam»




Times have changed,
Our kids are getting worse
They won't obey their parents,
They just want to fart and curse.
Should we blame the government, or blame society,
or should we blame the images on tv?
No!

Blame Denmark! Blame Denmark.

With all their beady little eyes,
their flapping heads so full of lies

Blame Denmark!
Blame Denmark!

We need to form a full assault,
it's Denmark's fault!
Don't blame me, for my son Stan,
He saw the darn cartoon, and now he's
off to join the klan!
And my boy Eric once, had my picture on
his shelf, but now when I see him, he tells me to f*ck myself

Well, Blame Denmark!

It seems that everything's gone wrong since
Denmark came along

Blame Denmark!
Blame Denmark!

They're not even a real country anyway.
My son could of been a doctor or a lawyer, it's a true.
Instead he burned up like a piggie on a barbecue.
Should we blame the matches?
Should we blame the fire, or the doctor who allowed him to expire.
Heck no!

Blame Denmark!
Blame Denmark!

With all their hockey hubaloo and that bitch Anne Murray too.

Blame Denmark!
Shame on Denmark!

The smut we must stop
The trash we must smash
Laughter and fun
must all be undone
We must blame them and cause a fuss
Before somebody thinks of blaming us!

Rotunda do Marquês?

Yerevan, Arménia. 16.02.2006

quarta-feira

Poema

Tipo,
que atrofio, constatam.

Pá,
tipo
é naquela.
Percebes a cena?
, respondes

Pá, ya
mas tipo
'tás a ver?,
replicam.


Mas não achas isso
uma beca coiso?, indagas.



Cancioneiro Geral dos Olivais

terça-feira

Paragem cerebral



Por que é que há gente que fica parada no lado esquerdo das escadas rolantes?


Murphy



Se circular à sua frente uma pessoa que agarre pelas varetas um guarda chuva fechado, ela irá movimentar o braço pendularmente, num ângulo nunca inferior a 180º.

segunda-feira

Olha - s.m.


Tenho constatado que há muita gente chamada Olha.

Provavelmente, Olha é o nome mais popular deste país. Uma pessoa vai na rua e lá ouve «Olha».

Também há muitos Pcht-ó e alguns Desculpe, é certo, mas - definitivamente - os Olha são mesmo os mais conhecidos. Pelo menos a julgar pelo grau de solicitação: «Olha. Passa aí o pão. Olha. Tens dois euros que me arranjes? Olha. Orienta aí uma gamba».

É um nome bonito. Não descartando a possibilidade de os poder registar como Pcht-ó, talvez chame aos meus filhos Olha.

sábado

Apelo ao patriotismo

Sugestão à LPM


Por que não aconselham Cavaco a pedir aos outros candidatos que desistam em nome de Portugal?

Ideia:

O candidato poderia alegar que, sendo ele já o vencedor antecipado, não há sequer necessidade de imprimir boletins de voto.



Sustentação do vosso cliente:


1.
«...porque se trata de um importante gesto de contenção das despesas directas do estado. Imprimir oito milhões de boletins permitiria não sacrificar o orçamento. Se cada boletim custar 5 cêntimos a produzir, poupar-se-iam 400 mil euros ao estado.»

2.
«... porque sou um candidato amigo da floresta. Produzir boletins implica celulose. Relembro que cada eucalipto demora 25 anos a crescer. Salvemos as árvores necessárias à produção de 8 milhões de boletins. ».

3.
«...porque quero minimizar as despesas indirectas do estado. Produzir boletins implica energia. Os kw/h que se pouparão às termoeléctricas. Os galões de petróleo e gás natural que não teremos que comprar ao estrangeiro.»

4.
«... porque quero assegurar a qualidade do ar em Portugal. Distribuir boletins implica energia. Os litros de gasóleo que se pouparão em transporte e recolha.»


5.
«...porque quero promover uma cultura de eficácia e eficiência. Toda esta energia daria para confeccionar nas casas portuguesas - vá, números redondos - cerca de 48 mil toneladas de ensopado de lulas»

Há todo um patriotismo.

O vencedor antecipado



Tentativa 1

- Olhe lá. Aqui só para nós que ninguém nos ouve. Vai votar Cavaco?
- Acha que sim? Chiii-ça! Mas - shhhhh! - olhe que eu acho q'ele vai ganhar.

Tentativa 2

- Ei, e esse senhor da gravata? A economia anda mal. Vota Cavaco?
- De todo. De qualquer forma, o professor vencerá as eleições.

Tentativa 3 (mil e setenta e cinco)

- Então e você aí com os sacos do talho? Vai votar Cavaco?
- Cruz credo. Mas olhe, cá para mim, el'é capaz d'ganhar.

Derradeira e desesperada tentativa

- HÁ AQUI ALGUÉM QUE VOTE CAVACO?
- [grilos: "cricri"]
Com tecnologia do Blogger.

Seguidores

Arquivo do blogue