Quem morre?
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está
infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto
para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se
da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta
sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
(...)
Digam lá que Neruda não tem razão. Hein? E não é que passamos tanto tempo da nossa vida hipnotizados por mensagens que nos apanham impávidos, desguarnecidos, passivos? É importante - essencial, diria - que sejamos pró-activos. Que procuremos enriquecer-nos. Diversificar as nossas experiências. Experimentar, fazer, trabalhar, lutar, transformar, sonhar.Percebem?
Bem, agora vou andando porque 'tá a dar a Quinta das Celebridades.
Bem, agora vou andando porque 'tá a dar a Quinta das Celebridades.
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