Toda a gente sabe que ir ao Pingo Doce e ir à FNAC são experiências de compra semelhantes. "Igualzinho”, dizem vocês com aquele revirar de olhos enfadado de quem conhece a pirâmide de Maslow e é sobejo connaisseur do paralelismo que há entre uma caixa de lombinhos de pescada e um leitor de DVD.
Por isso, a FNAC, na sua infinita missão de proteger o ambiente, retirou os sacos grandes. E porquê? Porque os sacos grandes poluem (não é brilhante?). Mas podem suspirar de alívio porque a FNAC não vos ia deixar levar as coisinhas com um certo volume na mão. Por um apenas um eurinho, podem transportar o vosso recém-adquirido item num espectacular saco reutilizável.
Agora – ufa, até que enfim – o saco pode andar sempre, sempre, sempre, sempre, sempre consigo. Amarfanhado nas calças, dobrado na mala, enrolado na pochete, ei-lo sempre pronto - cucu - para as suas compras do dia-a-dia na FNAC. O seu leitor de DVD. As suas colunas. Os seus vinis. O seu home cinema. Enfim, coisas-que-de-repente-faz-falta.
Saco reutilizável sim, mas atenção que é só se quiser, ã?: a FNAC não obriga. Se não quiser levar por um euro, não faz mal. Repare. Sem problema. Oiça. Sem obstáculos.
Se preferir andar com o seu home-cinema fresquinho debaixo do braço e sentir os olhares na rua ora inquiridores, ora invejosos, ora fascinados das pessoas com o seu item sem saco, num contexto de crise mundial e com expectativa clara de subida dos indexantes dos créditos à habitação, com tanto desemprego, o FMI e a vontade que por aí anda de ter home cinemas, tudo bem, é lá consigo. Repare. Esteja à vontade.