A importância das socas no ritual reprodutivo
Numa sociedade tão competitiva, é essencial à mulher urbana da contemporaneidade integrar-se na Nova Ordem Estupidológica - não vá uma pessoa sentir-se deslocada - nomeadamente no que diz respeito aos procedimentos dos rituais de reprodução.
Numa sociedade tão competitiva, é essencial à mulher urbana da contemporaneidade integrar-se na Nova Ordem Estupidológica - não vá uma pessoa sentir-se deslocada - nomeadamente no que diz respeito aos procedimentos dos rituais de reprodução.
Com efeito, existem metodologias que permitem atraír à bruta potenciais parceiros por forma a que você - sim, você!, mulher urbana da contemporaneidade - possa proceder a uma selecção mais apurada e criteriosa do seu macho.
Sim, porque - pá - se há coisa difícil na vida de uma melhér órbana da contemporaneidade, ele é isso lá de atraír machos que procedam à sua fertilização. São dramas, ao fim e ao cabo.
Mas aí problematiza a mulher urbana da contemporaneidade: «Não s'm'acredito! Então mas de que forma posso eu superar este tão árduo, aflitivo, penoso drama da atracção dos machos que tanto me apoquenta?»
Vá, pronto. Chorar para quê? Não desanime. Agora existem as socas!
Fig.1 - Alegria.
Dito isto, após aturada reflexão, indaga você novamente, pondo inclusivamente em causa todos os sistemas filosóficos construídos ao longo da História da Humanidade: «Então mas... graças às socas posso chegar à felicidade?»
Evidente que sim.
Imagine-se percorrendo o mármore branco em cima das suas mui lustrosas socas. Há altivez. Há glória. Há majestade. Sim. Há toda uma superioridade.
Tloc, tloc. Tloc, tloc. Tloc, tloc.
Nisto, os homens que estão em seu redor levantam os olhos do jornal. Sim e - aaaaaah!, visão pá - eles procuram por você com o olhar. «Ás dond'anda ela?»
E será por causa do barulho da xanata? Que disparate, não. É porq' as socas são como a estrela do Super Mário. Têm poderes. Agora, quando as calça, você é muito, mas muito bela. Quase q'alumia.
E você - heeeein, cheia de sorte! - repara que reparam em si e fica contentinha. E é então que, com a mão, sacode decidida o cabelo comprido para trás dos ombros, arrebita o nariz enquanto fecha os olhos por um instante, e caminha pelo mármore branco fora.
Tloc-tloc, tloc-tloc, tloc-tloc, e pensa você: «Ena. Se estão tantos a olhar para mim, é porque o meu património genético se afigura como sendo de uma qualidade reconhecida na generalidade da população como "bastante significativa"».
Todas estas emoções graças às socas.
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